7 de abril de 2015 à 00:35
Os clubes e o Serviço Social Praticado
Quando trabalhamos num clube, o desenvolvimento de uma qualquer modalidade, no nosso caso, o basquetebol, deveremos ter sempre em conta um grande objectivo: integrar os direitos de CIDADANIA nos mais jovens.
Pretendendo-se desenvolver o exercício de uma democracia PARTICIPATIVA, na criação de um clima positivo, motivador da PARTILHA do trabalho individualizado - com o objectivo central de INTEGRAR os menos aptos no momento.
Vivemos num mundo onde a inter e multiculturalidade se encontram gradualmente complexas, cada vez que visitamos uma escola, um bairro ou qualquer outra instituição. Desta forma, é importante que os nossos técnicos desenvolvam um pensamento paralelo à acção, o qual possa ser culturalmente competente e socialmente sensível.
Visitar uma escola com o intuito de promover uma qualquer modalidade ou até mesmo a prática desportiva ou actividade física organizada - sem nos prepararmos o suficiente para conhecer ou prever o nosso público-alvo - poderá ser o princípio do fim, ou fracasso, de uma dada iniciativa.
Infelizmente, são poucas (ou nenhumas) as directrizes de quem detém a máxima responsabilidade do desporto em Portugal, bem como das próprias federações e associações.
Por parte do Estado, assistimos à privatização, concessão de bens e serviços públicos. O bem público, agora, foi transformado num bem privado para o ''cliente'', e respectiva satisfação, e não do colectivo (Carvalho, 2014).
Imagine o leitor que dirige uma empresa de vendas de um dado produto - sem formação dos seus vendedores...
Qual o resultado final? Nada difícil de adivinhar...
Urge, pois, criar e desenvolver programas capazes de se traduzir numa mais-valia para a promoção, integração e divulgação da nossa modalidade. Abandonar tal tarefa apenas nas mãos dos clubes faz-nos correr o sério risco de afastar, na vez de aproximar, os mais jovens.
Criar programas INTEGRADOS no âmbito dos direitos humanos e sociais, aportando conhecimento ao nível desportivo, incentivando os mais jovens à prática desportiva, a comportamentos de vida mais saudáveis e, assim, afastá-los de condutas desviantes. Fomentar a capacidade de ajuda aos mais desfavorecidos, através de processos de SUPERAÇÃO dos riscos sociais que enfrentam diariamente. São estes os integrantes do DNA de um qualquer programa a desenvolver - sem esquecer a crescente necessidade de qualificação dos agentes de formação.
Viver com e para a realidade, assumindo os seus próprios valores, saberes e práticas, de uma forma REFLEXIVA e integrada, constituirá o desafio que temos pela frente e a que urge responder, para conseguirmos criar uma modalidade num campo de SUSTENTABILIDADE que se pretende e reclama.
RD
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